17 de abr. de 2013

GRITO DA SECA E PERDÃO DAS DÍVIDAS RURAIS



CARTA ABERTA
A seca deste ano é a 73ª registrada em 513 anos de secas recorrentes, o que representa uma média de uma seca a cada sete anos. E, apesar do progresso e dos grandes avanços tecnológicos, os problemas que nos atingem agora, são praticamente os mesmos dos séculos passados. E nada foi feito de concreto para solucionar o problema.
Períodos de seca são inevitáveis. As previsões apontam que a cada ano serão mais intensos e mais duradouros. Entretanto, o que se vê ao longo de todo esse tempo são medidas paliativas e pontuais que apenas mascaram o problema, além de muitas promessas não cumpridas.
O Grito da Seca e Perdão das Dívidas Rurais é uma manifestação pacífica, organizada em defesa dos produtores rurais da Paraíba e do Nordeste que estão enfrentando a pior seca dos últimos 40 anos e, sem nenhum apoio, estão vendo sua produção e rebanhos serem dizimados e atividade agropecuária no Nordeste se acabando.
É um grito de socorro por uma solução definitiva para os diversos problemas que afligem e tiram o sono dos produtores rurais paraibanos há muitos e muitos anos.
É um grito dos produtores rurais de toda a Paraíba para fazer com que a presidente Dilma e nossos representantes políticos enxerguem o verdadeiro drama vivido pelos produtores rurais do Nordeste, que, hoje, estão sem água, sem alimento, sem dinheiro e sem esperança.
É um grito para dar um basta em todos estes anos de negligência e descaso com o qual a Paraíba e o Nordeste vem sendo tratado. Chega de medidas paliativas, chega de medidas excludentes, chega de esmolas, chega de politicagem!
As medidas anunciadas na semana passada em Fortaleza, mais uma vez, são insuficientes para resolver o problema, não prevendo ações de médio e longo prazo, que permitam a convivência com o semiárido, tais como: construção de canais, barragens de acumulação de água, poços artesianos e a tão sonhada transposição de águas e perenização de rios.
Em relação ao crédito rural, a MP é excludente e atende somente ao FNE, deixando de fora o FAT, securitização, PESA, Dívida Ativa da União e os Prodesianos. Enquanto os produtores que tem direito à DAP conseguem emprestar dinheiro dos bancos com total respaldo do Governo Federal, os pequenos e médios produtores não conseguem financiamento, pois o risco é do banco, o que torna a operação inviável.
Precisamos dar um ponto final nesta palhaçada. Mostrar para este Governo que o nordestino tem orgulho, muita garra e pode transformar a realidade do semiárido, se a ele for permitido e promovido o acesso à tecnologias, políticas públicas voltadas especialmente para a região e investimentos na educação, infraestrutura e formação de cidadãos.
Precisamos fazer com que a Presidente entenda, de uma vez por todas, que se nada de concreto for feito, este será o fim da agropecuária do nordeste. É preciso que o Governo Federal dê a atenção merecida aos problemas do setor rural do nosso estado, porque hoje falta água, alimento, infraestrutura, crédito e dignidade para as pessoas do campo, que estão abandonando suas propriedades e caminhando em direção as cidades em busca de oportunidades de sobrevivência.
Mário Borba
Presidente FAEPA
Diante da situação apresentada, a Federação da Agricultura e Pecuária da Paraíba (FAEPA), o Sindicato Rural de Campina Grande e demais Sindicatos Rurais do estado e o Movimento em Defesa dos Endividados do Crédito Rural do Nordeste Brasileiro fazem um convite aos produtores rurais, para que se juntem ao nosso movimento e participem do Grito da Seca e Perdão das Dívidas Rurais. Que se envolvam e apoiem todas as ações.
Conclamamos a todos que participem do Grito da Seca e Perdão das Dívidas Rurais e, agindo com firmeza e determinação, exigindo do Governo Federal providências definitivas para o semiárido nordestino.




GRITO DA SECA E PERDÃO DAS DÍVIDAS RURAIS
Data: 22/04/2013 (segunda-feira)
Local: Campina Grande/PB
Rua 7 de setembro - Centro

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