No dia 18 de Julho, durante o dia D, na Fazenda
Carnaúba em Taperoá, foi fundado
oficialmente o Núcleo Nordeste de
Criadores de Sindi. Na ocasião diversos
criadores de Sindi estavam presentes assim como os principais selecionadores
nordestinos que fizeram questão de se fazer presentes para prestigiar a
iniciativa. Nomes como Dr. Manoel Dantas Villar e seus filhos, Dr. Paulo Leite e filho, Mario Borba, Pompeu
Borba , Pompeu Maroja , Alexandre Brasil
entre outros aplaudiram entusiasmados as palavras de abertura proferidas
pelo ex-presidente da Abcsindi Dr. Paulo
Leite e pelo presidente eleito do
núcleo, o baiano Cezar Mastrolorenzo,
ele e seu primo José Caetano formam na Bahia a Bahia Red Sindhi, que introduziu
o gado Sindi oficialmente no estado em 2009.
As ações do núcleo serão voltadas para preservar o gado
Sindi rústico e produtivo, aproximando o produtor nordestino à raça que mais se
adapta as inóspitas condições do sertão.
Abaixo transcrevemos o discurso de posse.
Senhoras e Senhores, amigos, criadores e autoridades aqui
presentes,
LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO!!
Quando em 2009 pela primeira vez avistei um rebanho Sindi
na estação da EMEPA eu senti algo diferente, fui cativado imediatamente ao ver
aquele rebanho vermelho pastando
tranquilamente no brejo de Alagoinha.
Não sabia eu que no fim daquele mesmo dia o Sindi entraria para a minha
vida definitivamente. Não sabia que
cinco anos depois eu é que entraria para a vida do Sindi com a missão de
divulgar e promover a raça em todo nordeste.
Mas será que a raça milenar vinda do deserto do
Paquistão, aprimorada e melhorada durante milênios precisa realmente de que
cuidemos para que não sucumba ao
imediatismo mercantilista moderno? Será que uma raça que resistiu aos piores
terremotos, secas, guerras, precisa mesmo da nossa ajuda para continuar
sobrevivendo? Sim amigos! Quando Felisberto Camargo , em sua viagem épica em
1952, enfrentou todas as diversidades para introduzir o Sindi no Brasil, talvez
não imaginasse o tamanho do benefício
que estava fazendo á milhões de brasileiros que vivem no nordeste, jogados à
própria sorte e contaminados com as receitas importadas, prontas, que o
colonialismo insiste em nos jogar por guela abaixo. A raça Sindi chegou pronta,
com dupla aptidão e com extrema rusticidade, é e será o grande norte que guiará
todos os rebanhos brasileiros, do leite à carne, todos precisarão das
qualidades que só a raça Sindi detém.
Sindiristas nordestinos, não me sinto preparado para a
tarefa que me pedem, presidir um grupo que tem em sua composição grandes ícones
da seleção do Sindi no nordeste, como Dr. Manoel Dantas Villar, Paulo Roberto
de Miranda Leite, Pompeu Borba, Mário Silveira , entre outros, é para mim um
desafio que só poderei enfrentar com a ajuda de todos. Não só os grandes
selecionadores da raça mas, todos aqueles que de forma direta ou indireta
promovem o Sindi, os pesquisadores, técnicos, tratadores e principalmente o
produtor, aquele que acorda todo dia antes do sol nascer para tirar o leite ,
aquele produtor que vive diariamente a agonia das longas estiagens, que
sobrevive apesar do mundo inteiro parecer conspirar para o contrário, esse
produtor é que vai nos ajudar , pois é dos resultados dele que nosso núcleo
sobreviverá e não dos artificialismos do boi de cocheira. Precisamos levar a
raça Sindi para junto do produtor rural , onde em cada curral de pau a pique
desse Brasil terá ao menos um torurinho vermelho reluzente, gordo e forte,
transmitindo não apenas sua genética mas, acima de tudo levando esperança a
milhões , levando leite para merenda escolar e proteína animal de baixo custo
para a mesa do brasileiro.
Não poderia deixar de mandar um grande abraço ao Padrinho
do sindi Baiano, Ricardo Granville, aos amigos, Joaquim e Daniel, Alexandre
Brasil , José Otávio Silveira , Francisco Pordeus e Pompeu Maroja, todos juntos pelo mesmo ideal de preservar a
genética vitoriosa do Sindi a qualquer custo. Não seremos um grupo preocupado
apenas com os resultados financeiros mas, juntos trabalhando com a ABCSINDI, a
nossa querida associação, temos que olhar para o futuro. O mundo precisa da
genética do Sindi, e o Brasil tem hoje potencial para levar a raça aos quatro
cantos do planeta.
Prezados amigos, tenho convicção que a jornada que nos espera
é dura. Entre uma seca e outra o sertanejo vive e morre, ri e chora mas,
sobrevive. Sobrevive e viverá na
esperança que se renova a cada dia. Esperança com os pés no chão , sem ilusões,
como disse o saudoso poeta Ariano Suassuna,
“O Otimista é um tolo. O pessimista um chato. Bom mesmo é ser um
realista esperançoso”.
Muito obrigado a todos.