Por Maxwelder Santos Soares, Zootecnista,
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia,
Itapetinga.E-mail:maxwelder10@hotmail.com
RESUMO
Objetivou-se avaliar o plantio, espaçamento, adubação e uso de palma
forrageira na dieta de ruminantes. O semiárido do Nordeste Brasileiro é
caracterizado pela escassez, irregularidade de chuvas, logo a palma forrageira
torna-se um alimento estratégico para períodos com baixa disponibilidade de
forragem. A procura por forrageiras adaptadas a essas condições climáticas é
essencial para melhoria da produtividade da pecuária desta região. A composição
química da palma varia conforme a espécie, a idade e a época do ano, sendo um
alimento rico em carboidratos, principalmente não fibrosos, apresentam baixa
porcentagem de constituintes da parede celular e alto coeficiente de
digestibilidade de matéria seca. Portanto, recomenda-se a palma forrageira na
alimentação de bovinos, ovinos e caprinos como um dos ingredientes da ração
visando atender as exigências dos animais, porém para uma eficiente utilização
da palma, é essencial o uso de volumoso de boa qualidade.
INTRODUÇÃO
A palma forrageira é originária do México e se adaptou bem na região
semiárida do Brasil e do mundo pelas suas características anatômicas,
morfológicas, fisiológicas e bioquímicas, decorrente da adaptação aos rigores
climáticos. Na região Nordeste do Brasil predomina o cultivo de espécies de
palma dos gêneros Opuntia (variedades Redonda e Gigante) e Nopalea (palma miúda
ou palma doce), ambos da família Cactácea. Segundo Marconato et al. (2008), o
Brasil possui a maior área plantada
do mundo, aproximadamente 600 mil hectares,
sendo a maioria cultivada a espécie Opuntia fícus-indica (L) Will, mais
conhecida como “Palma Gigante.” Nessa busca por alimentos que possibilitem a produção animal nos
períodos críticos do ano, a palma forrageira destaca-se por ser um alimento
rico em carboidratos, principalmente não fibrosos, importante fonte de energia
para os ruminantes (Van Soest, 1994), apresenta baixa porcentagem de
constituintes da parede celular e alto coeficiente de digestibilidade de
matéria seca e há várias décadas possibilita a produção animal nos períodos críticos
do ano. Portanto, objetivou-se avaliar a palma forrageira do cultivo à
utilização na dieta de ruminantes.
ESTABELECIMENTO DO PALMAL
Plantio
No processo de plantio recomenda-se que seja feita a seleção do material
propagativo, pois o tamanho do cladódio exerce efeito importante quanto ao
número e o tamanho das brotações no primeiro ano de crescimento da palma, bem
como se recomenda deixá-los à sombra por pelo menos sete dias para que ocorra a
cicatrização dos ferimentos provenientes do corte no processo de colheita.
Cladódios com dois a três anos de idade são os mais indicados por emitirem
brotações mais vigorosas por ocasião do plantio (Farias et al., 2005). No plantio da palma forrageira destaca-se o sistema manual com o plantio
dos artículos realizado em covas, durante período seco é importante para evitar
o apodrecimento das raquetes; plantio na estação chuvosa ocasiona uma maior contaminação por fungos e bactérias em
virtude da umidade excessiva. Os cladódios que serão usados para o plantio
devem ser retirados da parte intermediária da planta, vigorosos e livres de
qualquer praga. Diante disso, deve-se levar em consideração para um bom
desenvolvimento da palma forrageira, necessita realizar práticas de manejo
como, análise de solo, aração, gradagem, adubação e se necessário, fazer a
subsolagem da área. No entanto, por se tratar de uma cultura perene, Lopes et al. (2007)
recomenda que o manejo seja mecanizado, e que seja utilizado solos de textura
leve, preferencialmente os argilo-arenosos não sujeitos a encharcamento, com
declividade de até 5%, resultando em um bom desenvolvimento vegetativo e
produtivo (Almeida et al., 2012). Lopes et al. (2009) em pesquisa com a palma doce, plantada no
espaçamento de 1,00 x 0,50 m, avaliaram três formas de plantio, P1 - cladódio
plantado na vertical 90°; P2 - cladódio plantado com vértice para o leste,
inclinação de 45º e P3 - cladódio plantado com vértice para o oeste, com
inclinação de 45º. Estes observaram que as
formas de plantio, não foram
influenciadas pela posição do cladódio. Peixoto (2009) conduziu experimento no Centro de Ciências Agrárias da
Universidade Federal do Ceará, onde os tratamentos avaliados foram plantas
expostas ao sol ou sombreadas, posição de plantio do cladódio com ou sem
adubação orgânica. Os mesmo verificaram que a adubação orgânica e o plantio sob
o sol induzem a um melhor desempenho da palma forrageira (Opuntia ficus-indica
(L.) Mill). Sendo que a posição no plantio Leste/Oeste ou Norte/Sul não
influencia no desempenho da palma forrageira.
Espaçamento
O espaçamento de plantio da palma forrageira é utilizado como uma
estratégia de manejo, pois é importante no estabelecimento do palmal. Varia de
acordo com a fertilidade do solo, pluviosidade, finalidade de exploração e sua
utilização ou não em consórcio com outras culturas. Além disso, o espaçamento
deve ser escolhido de acordo com a preferência e a disponibilidade de capital
do produtor. Ramos et al. (2011) com o objetivo de avaliação do rendimento em massa
verde de palma forrageira (Opuntia fícus indica (L.) Mill), cv.
Italiana, em função dos espaçamentos (1 x 1; 1 x 0,5; 2 x 1; 2 x 0,5 m ) aos
455 dias após o plantio, verificaram que a produção de fitomassa por área foram
incrementadas com o adensamento, chegando a 130,06 Mg/ha-1 de massa verde
(Tabela 1). Alves et al. (2007) avaliaram dados de 19 anos de cultivo de palma
forrageira (Opuntia ficus indica Mill), cv. Gigante no Agreste de
Pernambuco, onde o solo é classificado como planossolo, em parcelas principais
(28 x 16 m) foram constituídas pelos espaçamentos de 2 x 1; 3 x 1 x 0,5 e 7 x 1
x 0,5 m, Não verificaram diferença sobre a produtividade de biomassa,
independentemente do espaçamento (Tabela 2). O espaçamento está diretamente associado à interceptação de luz pela
planta. Portanto, plantios mais adensados promovem maior produtividade, devido
à maior eficiência na interceptação da radiação luminosa (Farias et al., 2005).
Adubação
