29 de jun. de 2011

TANQUES EM PEDRAS REAPROVEITAM ÁGUA DA CHUVA


No município de Teixeira (BA), já são 22 tanques em lajedos de pedra que, juntos, armazenam mais de 2 milhões de litros de água.

Foto: FBB
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20/11/2009 - O aproveitamento de rochas para armazenar água é uma atividade antiga, mas pouco conhecida dos moradores de Teixeira/ PB, município distante 340 km de João Pessoa. Técnicas rudimentares de aquecer e resfriar as rochas com água para provocar rachaduras já eram utilizadas na região, mas o tempo para que a fenda se tornasse grande o bastante para armazenar água para toda a comunidade era longo. Em 2003, o Centro de Educação Popular e Formação Social desenvolveu uma técnica de limpeza em fendas já existente, reduzindo o tempo de abertura de tanques e possibilitando o armazenamento de uma quantidade maior de água das chuvas. A solução concorre ao Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social 2009. A cerimônia do prêmio acontece no dia 24 de novembro, quando oito vencedores receberão R$ 50 mil cada.

Hoje já são 22 tanques em lajedos de pedra que, juntos, armazenam mais de 2 milhões de litros de água. Cerca de 400 famílias são beneficiadas diretamente e promovem capacitações para o uso racional da água. As famílias organizam, ainda, o Fundo Rotativo Solidário, que reúne contribuições para a construção de novos tanques, principalmente, em agrupamentos distantes dos centros como Cacimbas e Matureia.

Capacitações ensinam como reconhecer as rochas e as características de cada solo, possibilitando a agricultura familiar. Desde sua criação em 2003, 8 oficinas foram realizadas com a participação de agricultores e lideranças comunitárias e mais de 500 moradores estiveram envolvidos nas ações.

Desde que foi implementada, a Tecnologia Social tem promovido o uso consciente da água e dos recursos naturais da região. Os tanques podem, ainda, ser aproveitados como reservatórios para atividades de uso doméstico e consumo humano. Para José Dias, responsável pelo projeto, o aproveitamento dos recursos naturais sem prejudicar o meio ambiente e a nova forma da população de lidar com a escassez de água são as principais conquistas da iniciativa.

Prêmio

Criado em 2001, o Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social está na 5º edição e conta com a parceria da Petrobras e o apoio institucional da Unesco e da KPMG Auditores Independentes. Realizada a cada dois anos, a premiação certifica tecnologias sociais selecionadas segundo critérios de reaplicabilidade, efetividade da transformação social e interação com a comunidade. Das 114 experiências certificadas, foram escolhidas 24 finalistas, de acordo com critérios de mérito, efetividade e resultado alcançado. Esse ano, o prêmio teve 694 inscritos.

As 24 finalistas estão divididas em oito categorias e concorrem ao prêmio de R$ 50 mil, que será oferecido a uma vencedora de cada categoria: Região Sudeste, Região Norte, Região Nordeste, Região Sul, Região Centro-Oeste, Direitos da Criança e do Adolescente e Protagonismo Juvenil, Gestão de Recursos Hídricos e Participação de Mulheres na Gestão de Tecnologias Sociais. Assim, a Pingo D'Água - Água para Beber e Produzir concorre com outras duas tecnologias na categoria Recursos Hídricos. As tecnologias são representadas por instituições legalmente constituídas no País, de direito público ou privado, sem finalidades lucrativas.

Tecnologia Social

O conceito de Tecnologia Social compreende produtos, técnicas ou metodologias reaplicáveis, desenvolvidas na interação com a comunidade e que representem efetivas soluções de transformação social. As tecnologias sociais podem aliar saber popular, organização social e conhecimento técnico-científico na disseminação de soluções para problemas voltados a demandas de alimentação, educação, energia, habitação, renda, recursos hídricos, saúde, meio ambiente, dentre outras. As tecnologias sociais certificadas integram o Banco de Tecnologias Sociais da Fundação Banco do Brasil, que reúne informações como problemas solucionados, soluções adotadas, municípios atendidos, recursos necessários para implementação e formas de transferência, entre outros detalhamentos das tecnologias sociais certificadas. O banco de dados está disponível da internet.

Por David Telles, da Fundação Banco do Brasil

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