15 de ago. de 2011

BRS ESTARÁ PRESENTE NA EXPOFEIRA 2011


  Pela segunda vez na Bahia o Sindi participará oficialmente de uma exposição. A Bahia Red Sindi, uma parceria dos criadores baianos José Caetano e Cezar Mastrolorenzo, irá trazer alguns de seus melhores animais para uma das maiores e mais tradicionais exposições agropecuárias da Bahia.
                 Realizada no Parque João Martins da Silva ás margens da principal rodovia do estado a BR-324, a EXPOFEIRA é sem dúvida um dos principais eventos realizados em Feira de Santana, atraindo produtores de diversas partes do país e movimentando o comércio agropecuário do estado.

                 Em 2010 (ver fotos) a BAHIA RED SINDHI apresentou pela primeira vez o SINDI aos produtores da região, sendo o seu stand muito visitado pelos presentes que, na grande maioria, nunca tinham visto um SINDI de perto.  Em sua apresentação oficial no desfile de abertura, diante do palanque onde estavam autoridades baianas e feirenses, a raça SINDI foi especialmente aplaudida. Este ano a BAHIA RED SINDHI deverá apresentar um número maior de animais além de disponibilizar alguns para a venda.
               A BAHIA RED SINDHI convida a todos os amigos, produtores, clientes e colaboradores a visitar o seu stand na EXPOFEIRA 2011 que estará localizado no mesmo local do ano anterior vizinho ao Tatersal Governador João Durval Carneiro.

8 de ago. de 2011

A MÁGICA SERTANEJA.


"Seu Manelito" e Cezar Mastrolorenzo - Faz. Carnaúba - 2010

               Muitas pessoas me perguntam se em vez de ficar lutando contra a seca no semi-árido não era melhor eu vender tudo e comprar uma propriedade em um local de clima mais úmido. Não entendem o porquê da minha birra em lutar contra as adversidades no sertão já que facilmente eu poderia adquirir uma terra em um local com índices pluviométricos mais favoráveis.
               Respondo sempre com uma velha desculpa que a propriedade foi de meu pai, e que por motivos familiares eu dou continuidade ao trabalho dele e outras justificativas melosas e cheias de valores familiares. Na verdade com meu pai já falecido, poderia me desfazer da propriedade e adquirir algo mais fácil de administrar, que ao menos não sofresse das adversidades climáticas do semi-árido. 

               Qual a mágica que a caatinga exerce sobre os sertanejos? De onde sai à conhecida “fibra sertaneja”? A mesma fibra que combateu sozinha metade do exército nacional, lembrando Canudos. A força que faz o caatingueiro enfrentar seca após seca, anos de privações, muitas vezes passando fome. De onde o homem do sertão tira a chama de esperança que move os seus pés calejados através das veredas e caminhos repletos da vegetação seca espinhosa e retorcida?
                 A caatinga, vegetação predominante do semi-árido, parece possuir alma própria, ou seja, quando chega o período das secas, ela se despe, prepara-se para o pior. Livra-se das folhas para preservar ao máximo a própria existência. Quando chega o período das águas de dezembro a março, ela se veste em flor, e no mais lindo espetáculo se torna bonita e perfumada. Tudo é festa. Os passarinhos vão e vem em revoada, os preás correm de toca em toca, procissões de catitus, pequeno porco selvagem, circulam entre os umbuzeiros lambuzando-se de frutos maduros que caem do pé. As Seriemas em grupo fazem coro em baixo dos juazeiros. Jacus do tamanho de galinhas banham-se nos poços de água retidas nos lajedos. Os riachos cantam zoando ao bater nas pedras. A água se perde morro abaixo. O verde dói aos olhos, quando vem o sol ele brilha mais forte transformando o verde em um reluzente verde-prateado. É a fartura.
                De abril a julho tão logo as chuvas se vão o sertanejo armazena o fruto de sua produção, a farinha o feijão e o milho. No chiqueiro na ceva quatro ou cinco leitões esperam a lavagem, pretos não só pela cor dos pelos, mas também pela cor da lama que se espojam. No campo a burregada corre solta, na larga a vacada gorda rumina na sombra de uma velha umburana. Passam-se os meses e os leitões viram mantas de carne seca, conservou-se uma porca para o ano seguinte dar cria, dos cabritos, os que escaparam dos ataques da suçuarana e da jibóia, foram vendidos na feira e feitos em rapadura, sal, café, e pólvora.  Na apartação dos bezerros, o mais bonito da cara preta vai ficar para marruá. Os outros vão pastar na manga do cajueiro.

Pensamento do mês