O maior problema no período da seca é o baixo desempenho
dos bovinos em pastejo, resultado de uma pastagem de baixo valor nutricional.
As vacas de cria não recuperam a condição corporal necessária para manter o
ciclo reprodutivo e as demais categorias animais apresentam baixas taxas de
ganho de peso.
O baixo teor de proteína é o fator limitante das
pastagens nessa época do ano, e sua correção, normalmente, resulta em aumento
no consumo e digestibilidade da pastagem (Cochran et
al., 1998). Isto porque as bactérias celulolíticas, responsáveis
pela digestão da fibra, necessitam para o seu crescimento, de amônia (que pode
ser fornecida pela uréia), mas também de esqueletos carbônicos (fornecido pelo
carboidratos e proteína verdadeira).
A fração protéica utilizada no rúmen é denominada de
Proteína Degradada no Rúmen (PDR) e sua exigência está relacionada diretamente
com os microorganismos do rúmen e não com o animal.
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Suplementação na seca – vacas de cria
Objetivo da suplementação - melhorar
o desempenho animal, melhorando a utilização da pastagem disponível.
Meta - aumentar a taxa de natalidade de vacas de cria e a taxa de reconcepção de
primíparas.
Estratégia - fornecer
uma pequena quantidade de nutrientes que favoreçam os microorganismos do rúmen,
e conseqüente aumento no consumo e digestibilidade do pasto.
Tipo de suplemento - que
contenha teores de proteína bruta acima de 40%.
Além da
fonte protéica e mineral, a adição de uma fonte energética pode contribuir para
melhorar o consumo do suplemento e contribuir para aumentar a oferta no rúmen
de esqueletos carbônicos. Nessa situação, o uso da uréia acima de 30% do PDR
total é aceitável.
Entretanto,
suplementos protéicos apenas com uréia e mistura mineral não têm resultado em
desempenhos consistentes. O esperado, em termos de desempenho animal, seria
reduzir perdas do peso vivo (casos extremos em locais de longa estiagem) ou
alcançar a mantença ou leve ganho de peso.
Nível de fornecimento - mistura mineral/uréia, com ou sem
palatabilizante - à vontade; sal protéico - aproximadamente 1 g/kg de peso
vivo/animal/dia.
Mistura
mineral/uréia – baixo
consumo resulta em desempenhos aquém do desejado. Uso específico para regiões
de seca bem caracterizada onde haja disponibilidade de macega de baixa
qualidade. Pode reverter uma situação de perda de peso vivo acentuada para
moderada ou até mantença, dependendo da oferta de pasto e taxa de lotação
animal.
Mistura
mineral/uréia + palatabilizante – o consumo mais constante pode resultar em desempenhos mais consistentes,
como citados na situação anterior.
Sal protéico ou proteinado – consumo controlado com o uso do sal branco,
dentro de valores próximos a 1 g/kg de peso vivo (vaca de 400 kg deveria
consumir 400 g de sal protéico/dia). O controle do consumo do suplemento com o
sal branco não é absoluto, havendo necessidade de se fazerem avaliações frequentes
do mesmo, na fase inicial de sua oferta. Alterações na quantidade do sal branco
para mais ou para menos, compensando com a substituição do milho, talvez sejam
necessárias. Uma vez estabilizado o consumo, o abastecimento do cocho com o sal
protéico deveria ser por períodos intercalados de três a quatro dias. Respeitar
um espaço linear de cocho de 20 cm/vaca. É uma forma econômica de
suplementação, com o objetivo de reduzir taxas de perdas de peso vivo, manter
peso vivo ou, até mesmo, alcançar ganhos moderados de cerca de 200 g por
vaca/dia, dependendo do pasto. Animais recebendo suplementos com sal comum para
controlar consumo precisam ter livre acesso à água.
Suplementação na seca – animais em recria
Objetivo da suplementação - melhorar o desempenho animal pelo fornecimento adicional de nutrientes.
Meta - reduzir a idade de abate e/ou idade de primeira cria e/ou reduzir taxas
de perda de peso vivo.
Estratégia - fornecer um suplemento para aumentar o consumo total de proteína (sal
protéico) ou proteína/energia (concentrado). No último caso, dentro de limites
capazes de minimizar seu efeito sobre o consumo da pastagem.
Tipo de suplemento - as características do sal protéico são idênticas às já discutidas. O
concentrado deve apresentar um teor de proteína bruta acima de 20%, teores
médios de energia (entre 70% a 76% de NDT), minerais e ionóforo (Rumensin,
Taurotec e outros). A substituição do PDR total pela uréia não deveria
ultrapassar 30%.
Nível de fornecimento - sal protéico – 1 g/kg de peso vivo/animal/dia; concentrado - entre 2,5 a
5 g/kg de peso vivo/animal/dia.
Sal protéico – é uma forma econômica de manter o peso do rebanho ou ganhos moderados
de até 200 g/animal/dia, dependendo do pasto. O consumo deveria ficar em,
aproximadamente, 1 g/kg de peso vivo/animal/dia. Ajustar o percentual de sal
branco no suplemento para alcançar o consumo programado. Animais recebendo
suplementos com sal comum para controlar consumo precisam ter livre acesso à
água.
Concentrado – na situação em que o consumo do suplemento pode alcançar até 5 g/kg de
peso vivo/animal/dia, é fundamental que o mesmo seja o mais uniforme possível,
para se evitarem diferenças no ganho de peso. Para isso, é importante que se
respeite espaço de cocho para todos os animais, ficando entre 40 a 50 cm
lineares/animal. Uma boa distribuição dos cochos no pasto também
vai contribuir
para que haja uma separação natural dos diversos grupos sociais, reduzindo o
estresse. A hora de abastecer os cochos não deve interferir no regime natural
de pastejo do animal, e isto pode melhorar a eficiência alimentar. O fornecimento diário do suplemento entre 11h e 14h
seria o mais aconselhado. Os cálculos do concentrado, na Tabela 2, foram
baseados supondo-se o consumo de 1 kg/animal/dia do suplemento, por um animal
de 300 kg de peso vivo.
Precocidade e produção na escassez. https://www.bahiaredsindhi.com/ |
Suplementação na seca – animais em
engorda (semiconfinamento)
Objetivo da suplementação - melhorar o desempenho animal pelo fornecimento
adicional de nutrientes.
Meta - garantir peso de abate e acabamento até o final da
seca.
Estratégia - fornecer um suplemento para aumentar o consumo
total de energia, mesmo ocorrendo substituição parcial no consumo do pasto.
Tipo de suplemento - que contenha um teor médio de 20% de proteína bruta
e alta densidade energética (valor médio de 80% de NDT).
Nível de fornecimento - de 8 a